Com o desenvolvimento e ampliação do acesso à internet rápida e dispositivos conectados, o comércio eletrônico tornou-se uma força dominante em nível mundial. No ano passado, a indústria global de e-commerce foi avaliada em mais de USD 25 trilhões. A facilidade de acesso, tanto para compradores quanto para comerciantes tornam este setor altamente competitivo.
Entenda porque essa questão é crucial para os comerciantes, além das oportunidades e desafios que ela propõe.
Competição Acirrada
No mundo do e-commerce, oferecer uma ampla gama de formas de pagamento é fundamental para a sobrevivência dos negócios. Com tantas opções disponíveis, os compradores não precisam se preocupar em adquirir uma nova forma de pagar só para comprar um produto em determinada loja online; basta visitar outra.
De fato, é exatamente isso que isso fazem 77% dos consumidores online que enchem seus carrinhos, mas na hora de pagar, descobrem que sua forma favorita de pagar não está disponível. Não importa se determinado site oferece todos os jogos a serem lançados em 2025, se a forma de pagamento do cliente for aceita pela plataforma, sempre haverá outra que aceitará.
Mudam as tecnologias e as formas de comprar, mas o cliente continua tendo sempre a razão. A maioria dos consumidores ainda preferem fazer compras online por Pix ou cartão de crédito, o que significa que empresas que não oferecem essas opções, estão perdendo um mercado em potencial imenso.
Da Prateleira ao Caixa
Sim, apesar do avanço das fintechs e tecnologias digitais de pagamento, 30% dos brasileiros ainda preferem fazer suas compras em dinheiro vivo, tornando o boleto parcelado em um aliado estratégico nas vendas online. Além disso, o boleto parcelado possibilita compradores sem limite de crédito ou saldo para um compra à vista continuar comprando o que deseja. O aumento no número de clientes traz ainda outros benefícios, como maiores taxas de aprovação, que se refletem em maior visibilidade para a marca ou produto.
Obstáculos e Soluções
A diversificação das formas de pagamento possui benefícios óbvios, mas os desafios operacionais continuam sendo consideráveis. Para começar, cada opção possui uma estrutura de custos diferentes, com impactos diretos na lucratividade dos negócios.
Cada operação por cartão de crédito incorre em taxas que podem variar de 1,5% à 5%. Já as operações via PayPal ou boletos bancários podem custar de 3% à 4%. Até os pagamentos via Pix, que são gratuitos para pessoas físicas, podem custar até 1,45% por operação aos comerciantes.
As empresas devem ter uma abordagem estratégica na hora de escolher as formas de pagamento suportadas. Cerca de 80% dos consumidores preferem fazer compras online via Pix, popular entre as classes B, C e D/E. Portanto, deixar o Pix de fora das opções pode ser um enorme tiro no pé, ainda que não saia de graça para os lojistas.
Por outro lado, cartões de crédito são mais comumente utilizados no parcelamento de compras maiores. Itens como eletrodomésticos, eletrônicos e móveis estão entre os campeões de parcelamento. Gastos com vestuário, acessórios, farmácia e supermercado também são frequentemente parcelados no cartão.
Carteiras digitais como PayPal são amplamente utilizadas no país, mas por um público majoritariamente jovem, ou de até 39 anos. Ou seja, para evitar gastos desnecessários, as formas de pagamento devem estar alinhadas com as expectativas de público-alvo das empresas.
Também vale a pena correr atrás de estudos de mercado que apontem a relação custo-benefício de serviços de pagamento similares, como PagSeguro e PicPay, por exemplo. Dessa forma, é possível reduzir gastos de manutenção com opções menos utilizadas.
Além disso, é aconselhável verificar o nível de cibersegurança de cada opção, para evitar dores de cabeça futuras. Serviços de pagamento que oferecem criptografia de ponta, autenticação multifator e monitoramento contínuo são bem mais resilientes à fraudes e golpes.
Ponta de Estoque
A diversificação das formas de pagamento no comércio online é mais do que mera vantagem competitiva, é uma questão de sobrevivência. Diversas pesquisas apontam que a maioria dos consumidores não pensa duas vezes antes de largar o carrinho cheio em um site que não atende às suas expectativas. As transações online estão tomando conta do mercado, mas ainda existe um público fiel para o boleto bancário parcelado.
Conclusão
Apesar de valer a máxima “quanto mais, melhor”, as empresas de e-commerce devem abordar a questão com cuidado, levando em consideração não apenas a variedade de opções, mas as preferências do seu público-alvo. De qualquer forma, tal variedade tende sempre a melhorar a experiência do cliente e o desempenho dos negócios.
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